A conquista da acessibilidade para todas as pessoas com deficiência. : Entrevista com fotografa Jaquelina Rolim- Por Zazy Grazyelly.

“Massoterapeuta, Jaquelina Caldas Rolim de Oliveira tem baixa visão decorrente no seu caso específico, da perda gradual da visão na área central da retina, enxergando apenas com a sua visão periférica.”

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ZG: Desde quando você fotografa?

JR: Desde minha infância, eu tenho interesse em tirar fotografia, mas o primeiro curso profissional que eu fiz foi em 2009 pelo o senac e fui me aperfeiçoando cada vez mais. E a primeira necessidade que eu percebi foi a falta de acessibilidade nas galerias de artes. Eu quis provocar essa mudança com essa exposição, tendo a proposta para a inclusão.

ZG: De onde veio o gosto pela fotografia?[

JR: Já nasci com o dom de fotografar e ao longo do tempo a gente vai adquirindo a técnica, vendo a onde estava à necessidade de trazer pro deficiente visual e/ou com baixa visão a imagem em fotografia. Cada olhar é diferente, e eu quis expressão um novo olhar.

ZG: O que retrata a exposição: “OLHAR DO CORAÇÂO”?

JR: Retrata a inclusão. Como eu sou deficiente visual, com baixa visão, sei bem como é ruim chegar numa galeria e não ter acesso.

ZG: Há várias cidades citadas na sua exposição, qual foi seu critério para decidir o que seria fotografado?

JR: Em cada cidade em que visitei, eu procurei algo que eu pudesse passar meus sentimentos e vou atrás de elementos que possa retratado, por exemplo em Petrolina eu quis transmitir a tranquilidade das águas do Rio São Francisco. Eu gosto muito de transmitir a paz e alegria nas imagens, como o pôr do sol.

ZG: Sua deficiência interferiu em algum momento pra que você desistisse de fotografar?

JR: Não. A dificuldade, é claro que ela existe, mas tudo depende da mente, que temos que pensar em não parar. E uma dica que sempre dou é que para tudo existe um “nosso jeitinho”. Se a câmera não é acessível, temos que modela-la para o nosso manuseio, como eu fiz, decorrei todos os menus. Assim como todos os fotógrafos tem que conhecer sua ferramenta de trabalho, para um deficiente visual não é diferente, apenas é um desafio a mais, eu memorizei toda a parte do menu.

ZG: Em relação ao futuro, o que você almeja?

JR: O meu desejo é principalmente levar o “OLHAR DO CORAÇÂO” para mais lugares. Quanto mais pessoas tocarem, sentirem e imagem a magia da imagem, é o que eu mais quero que aconteça. A onde tiver publico que apreciei a arte da fotografia, isso me deixa muito feliz.