A inclusão de pessoas com
deficiência intelectual ainda se mostra algo muito incipiente, mas algumas
empresas estão superando preconceitos e contratando estes profissionais. A
Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por exemplo, começa neste mês sua
primeira experiência com esse público, abrindo portas para pessoas com raras
oportunidades.
De acordo com pesquisa do Espaço
da Cidadania com dados do Relatorio Anual de Informações Sociais (Rais), de
todas as pessoas com deficiência empregadas, apenas 4,55% têm deficiência
intelectual. O porcentual só é menor entre as pessoas com deficiência múltipla,
1,21%.
"Todas as empresas têm cargos
que poderiam ser preenchidos por pessoas com deficiência intelectual, mas ainda
há muita ignorância e preconceito sobre o tema", explica o gerente de inclusão e
capacitação da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape),
Marcelo Vitoriano, responsável pela capacitação dos profissionais selecionados
pela Febraban para trabalharem no mercado financeiro.
A primeira coisa que um
empregador deve saber para contratar uma pessoa com deficiência intelectual é
que, apesar de várias delas terem o mesmo diagnóstico, podem ser bastante
diferentes, por isso é importante levantar as competência e identificar quais
habilidades precisarão ser desenvolvidas caso a caso.
Ainda hoje, na opinião de
Vitoriano, as pessoas com deficiência intelectual têm muita dificuldade de
acesso a uma formação adequada durante a infância e adolescência, o que acaba as
afastando mais do mercado profissional. Por isso, é preciso preencher essa
lacuna antes de colocar o profissional em seu posto. "Não adianta a empresa
achar que é só contratar a pessoa e pronto. Algumas vezes será preciso capacitar
o profissional e flexibilizar funções. A empresa comprometida com a inclusão de
pessoas com deficiência não terá dificuldade em fazer isso."
Isso, somado ao preconceito de
que a pessoa com deficiência intelectual não é capaz de executar tarefas e ter
responsabilidades acaba por prejudicar as contratações, de forma que essas
pessoas têm muita dificuldade de conseguir um emprego, ainda mais do que as
demais. Vitoriano, no entanto, é otimista. "A pessoa com deficiência e
deficiência intelectual está na pauta da sociedade. Estamos apenas no início de
um processo."
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